Callithrix penicillata
Irys Brasilino1;
Isabela Viana1; Julia Alves1
1 Discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do IFSP - SRQ.
Trabalho desenvolvido na disciplina de Ecologia, sob orientação
da docente Profa. Dra. Glória Cristina Marques Coelho Miyazawa.
Callithrix penicillata,
popularmente conhecido como sagui do tufo preto, é um mamífero da ordem dos
primatas. Possui tufos pré auriculares de cor preta, uma mancha branca na
testa, sua nuca e ventre podem ser castanhos ou cinza claro acastanhado, dorso
com coloração estriada e cauda anelada.
Foto: Paula Baldassin, 2020.
São animais de pequeno porte, pesando em média 250 gramas,
e com comprimento de 17,4 centímetros. São endêmicos das regiões Nordeste e
Centro Oeste, mas atualmente estão localizados em diversos estados, sendo por isso,
considerada uma espécie invasora nas regiões Sudeste e Sul.
Possuem uma alimentação rica e variada, baseada em exsudato
(goma, seiva, resina ou látex) produzido por algumas plantas/árvores como,
pau-terra, pau-de-tucano e cedro, mas podem se alimentar também de frutos,
flores ou pequenos insetos, sendo considerados exsudativoros-insetívoros.
Costumam andar em bandos, que são divididos em castas, onde
apresentam um macho e uma fêmea dominante. Apresentam um maior deslocamento no
período da manhã, próximo das 8h00, até aproximadamente 10h00 e no início da
tarde das 13h00 às 15h00. No restante do tempo, os saguis ficam em repouso.
Passam boa parte do dia se comunicando através de
vocalizações do tipo: chamado, interação, alerta e outros. Usam as vocalizações
para uma comunicação direta, quando estão perto ou distantes uns dos outros;
quando estão forrageando (ato de procurar o alimento) e se alimentando ou, em
situações de ameaça de predadores por perto.
Foto: Instagram:medvet.daphne
A introdução destes animais em ambientes diferentes da sua
distribuição original e sua interação com humanos, ocorreu principalmente por
conta do tráfico ilegal destes primatas, para domesticação. Como os saguis têm
um temperamento “forte”, podendo ser agressivos com outras pessoas e animais
para defender seu espaço, algumas pessoas ao se depararem com estes
comportamentos, acabam soltando os animais em pequenos fragmentos de florestas próximos
a cidades, possibilitando a reprodução com muita facilidade. Enquanto nos ambientes
naturais eles geram no máximo dois filhotes por ano, com esta mudança ambiental
chegam a gerar o dobro de descendentes.
Os saguis são altamente adaptáveis em lugares com grande
disponibilidade de alimento. Em seu habitat natural, os animais possuem uma
quantidade de alimento menor, sendo um fator chave para o controle populacional,
em que a competição por alimento limita o desenvolvimento dos indivíduos desta
população e nem todos alcançam a maturação sexual, que os possibilita gerar uma
prole. Este fator de controle não ocorre em regiões onde ele se tornou uma
espécie invasora como no Sul, onde há abundância de alimentos para a espécie.
Com esta espécie aumentando cada vez mais em regiões invasoras eles se aproximam
cada vez mais dos humanos.
O contato com humanos nem sempre é algo saudável, tanto para
os saguis quanto para os humanos, tendo em vista que ambos podem ameaçar a
qualidade de vida um do outro, através da transmissão de doenças como a raiva,
herpes, febre-amarela, varíola entre outas doenças.
Referências
BARIJAN, B. C. Diagnóstico
populacional e comportamental de saguis-de-tufo-preto (Callithrix penicillata)
em ambiente peri-urbano. 2013. 15f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado
em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho, Botucatu, 2013. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/118211>.
Acesso em: 31 maio 2020.
DAVID, A. V. Padrão de atividades, ecologia alimentar e
área de vida em um grupo de Callithrix penicillata (HUMBOLDT, 1812) (Primates,
Callitrichidae) (sagui-de-tufos-pretos). 2005. 93f. Dissertação (Mestrado
em Biologia Animal) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
São José do Rio Preto, 2005.
MATIAS, J.; ALONSO, P. J. Como criar sagui. Revista Globo
Rural, São Paulo, 03 de dez 2013. Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-criar/noticia/2013/12/como-criar-sagui.html>
Acesso em: 31 maio 2020.
RÍMOLI, J.; PEREIRA, D. G.;
VALLE, R. DEL R. Avaliação do Risco de
Extinção de Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) no Brasil. Disponível
em: https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7207-mamiferos-callithrix-penicillata-sagui-de-tufos-pretos>
Acesso em: 31 maio 2020.
ZALUAR, M.; RANGEL, C. Saguis – Callithrix jacchus e Callithrix
penicillata: informações. Núcleo de Conservação da Fauna do JBRJ,
Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2013. Disponível em: <https://projetofauna.wordpress.com/2013/08/23/saguis-callithrix-jacchus-e-callithrix-penicillata-informacoes/>
acesso em: 31/05/2020.
Gostei demais! Não sabia que essa convivência podia trazer riscos! Aqui perto de casa têm muitos saguis!
ResponderExcluirLarissa Caetano Pinto Amb1
Ótimo texto! Achei muito interessante e importante que tenham abordado o problema dos saguis serem soltos em áreas que não eram nativos, podendo os tornar espécies invasoras.
ResponderExcluirMuito interessante nunca tinha visto por esse lado
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito interessante! Excelente trabalho.
ResponderExcluirExcepcional! Um texto altamente explicativo e enriquecedor, me fez refletir sobre os riscos que os seres humanos também albergam. Raramente temos um olhar globalizante, e esse texto elucida as possibilidades, tendo uma linguagem holística.
ResponderExcluirNunca tinha visto por esse lado, muito bem explicativo e com argumentos interessantes, um ótimo trabalho
ResponderExcluir